Resenha:
Em Maputo, os aromas de temperos e frutas tomavam conta das feiras onde os panos eram sempre coloridos, as mulheres carregavam capulanas em suas cabeças e a rua era o quintal. E foi lá, no país africano, que Lila cantou, brincou e viveu livremente a infância. Em tom saudoso, a história aborda a experiência da menina que, junto com os pais, fora obrigada a deixar sua terra natal e enfrentar perigosas travessias em busca de melhores condições de vida. A narrativa registra palavras no idioma “xichangana”. Como não descreve nem mostra imagens da protagonista, fica o convite ao leitor para pensar em todas as crianças que representam imigrantes e refugiados em todo o mundo. A capa e folhas de guarda apresentam símbolos gráficos que também são estampados nos tecidos de alguns povos africanos. O formato da publicação “a francesa” valoriza a simetria das coloridas e alegres imagens sangradas, em páginas duplas, que podem ser comparadas a telas.
Resenhista: Karla Japor
Imagem-chave: páginas 16 e 17