A Senhora da casa azul

Resenha: Quando Nico pergunta a sua bisa sobre sua cor favorita, uma série de inquietações despertam em Georgina. Tendo vivido a vida inteira em uma casa azul, por ser a cor preferida de seu marido, a senhora nunca havia pensado sobre qual seria a sua cor de preferência. A narrativa extremamente sensível e delicada, guiada principalmente pelos diálogos entre bisavó e bisneto, levanta questionamentos diversos sobre autorreconhecimento, subjetividade, e o lugar feminino em uma sociedade marcada pelo patriarcado, especialmente, mas não exclusivamente, em gerações mais antigas. Nos questionamentos da personagem, abrem-se reflexões importantes para as novas gerações, sobre liberdade e escolha, sobre transformação e revolução. As delicadas ilustrações, formadas por linhas e padronagens brancas sobre o fundo azul, que cobre todas as páginas da obra, são um ponto de destaque. As imagens se relacionam com o texto de forma a expandir os sentidos e as interpretações possíveis, trazendo elementos que enriquecem a experiência de leitura.

Resenhista: Maíra Lacerda

Imagem-Chave: páginas 22 e 23